ESCADARIA SELARÓN

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Este final de semana que teve feriado (de finados) na segunda-feira e aniversario do Mau (namorido), decidimos ir pro Rio de Janeiro: eu, ele, minha sogra e meu sogro.

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Já havia visitado o Rio quatro vezes, mas foi somente nesta vez (a quinta vez) que –finalmente- fui conhecer a incrível Escadaria Selarón.

Fiquei maravilhada, encantada, super curiosa e apaixonada pela história do artista Jorge Selarón e a construção desse monumento. Então fui pesquisar e achei tão, mas tão legal que decidi compartilhar com vocês, vamos lá?

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Jorge Selarón nasceu em 1947 na cidade de Limache – uma pequena cidade localizada a uma hora de viagem de Viña del Mar e Valparaíso- no Chile.  Foi um pintor e ceramista autodidata e responsável pela escadaria que liga o bairro da Lapa à Ladeira de Santa Teresa, no bairro de Santa Teresa.

Sobre o artista

Selarón nasceu em uma família de classe média. Aos dez anos, conheceu Buenos Aires e decidiu que queria conhecer o mundo. Aos dezessete anos, viajou à Europa de carona num navio. Viajou por toda a Europa, até a Índia. Passou por 57 países até decidir que viveria no Rio de Janeiro. Passou a vender quadros em restaurantes da cidade. Após fixar residência junto à escadaria, em 1990, Selarón, instalou uma série de banheiras ajardinadas nas calçadas, que foram, subsequentemente, pintadas e adornadas com azulejos, inspirado no Parque Güell de Barcelona.

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A partir de 1994, sobre a pintura verde-amarela com que os moradores decoraram a escadaria para a copa do mundo de futebol de 1994, Selarón passou a azulejar os degraus. Trabalhando solitário e contando apenas com o rendimento obtido com a renda de seus quadros e eventuais doações de moradores, com dificuldade atingiu sua meta de ter os 215 degraus e 125 metros da escadaria concluídos antes do ano 2000.

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Após alcançar sua meta e com uma renda gradativamente aumentada devido à crescente inclusão da escadaria nos roteiros turísticos, pôde dedicar-se à ornamentação das calçadas laterais e realizar inúmeras modificações, em coerência com sua concepção da escadaria como obra de arte mutante. Uma das inovações a partir de 2000 foi a introdução de azulejos vermelhos na escadaria: segundo o próprio Selarón, o vermelho era “Ferrari, a cor mais bonita do mundo”. Para isto, contou também com azulejos remetidos por fãs do mundo inteiro, chegando ter a mais de 2 000 azulejos diferentes, provenientes de mais de sessenta países.

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No ano de 2003, os diretores José Roberto Mesquita e Renata Brito realizaram o primeiro filme sobre o artista. Um média-metragem intitulado “Selarón – A Grande Loucura”, onde o artista relata momentos de sua vida. O filme teve grande repercussão e proporcionou a ida de Selarón ao “Programa do Jô”.

https://youtu.be/Dis0mxbYrOw

Em maio de 2005, a escadaria foi tombada pela prefeitura da cidade e Selarón recebeu o título de cidadão honorário do Rio de Janeiro. As muretas frontais das residências da escadaria foram executadas em épocas diferentes, de acordo com a solicitação ou permissão de seus proprietários. Segundo o artista, ele só conseguiu se manter financeiramente e prosseguir com sua grande obra pintando e vendendo mais de 25 000 quadros, quase sempre com um tema motivado por um problema pessoal: o tema da mulher negra grávida.

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A famosa escadaria já correu o mundo: ora como tema principal para reportagens de revistas e programas de televisão do mundo todo, ora servindo de palco para videoclipes (U2, “Walk On”; Snoop Dogg, “Beautiful”), campanhas publicitárias, filmes (Hulk), série de televisão (CSI Miami) e até para fotos de uma edição da revista Playboy.

Morte

O pintor foi encontrado morto na Escadaria do Convento de Santa Teresa na manhã do dia 10 de janeiro de 2013. O corpo queimado do artista estava junto a uma lata de thinner. Um pouco antes, haviam sido ouvidos gritos de socorro e cachorros latindo. Em novembro do ano anterior, Selarón havia denunciado à polícia que vinha sendo ameaçado de morte por um ex-colaborador de seu ateliê, Paulo Sérgio Rabello, que queria obrigá-lo a ceder os rendimentos obtidos com a venda de quadros. Por conta disso, nos últimos meses, ele andava muito triste e vivia trancado em casa.

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Em depoimento gravado para um documentário feito em 2010 pelo cineasta Stephano Loyo, o artista havia declarado que a escadaria só ficaria pronta no dia de sua morte, quando ele se tornaria a própria escadaria e, desse modo, se eternizaria.

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Referências

COSTA, Célia; Daflon, Rogério; Ramalho, Sérgio (10 de janeiro de 2013). Polícia não descarta hipótese de homicídio no caso do artista plástico Selarón O Globo. Visitado em 10 de janeiro de 2013.

WANDECK, Renato. Mosaico na Escadaria do Convento de Santa Teresa na Lapa ceramicanorio.

G1 Rio de Janeiro. Disponível em http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2013/01/em-video-selaron-diz-que-escada-so-ficaria-pronta-no-dia-de-sua-morte.html. Acesso em 9 de junho de 2013.

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